Os répteis
Os répteis (do latim reptare, 'rastejar')
abrangem cerca de 7 mil espécies conhecidas. Eles surgiram há cerca de
300 milhões de anos, tendo provavelmente evoluído de certos anfíbios.
Foram os primeiros vertebrados efetivamente adaptados à vida em lugares
secos, embora alguns animais deste grupo, como as tartarugas, sejam
aquáticos.
A Terra já abrigou formas gigantescas de répteis, como os dinossauros. Hoje esse grupo é representado por animais de porte relativamente menor, como os jacarés, tartarugas, cobras e lagartos.
A pele dos répteis
Os répteis têm o corpo recoberto por uma pele seca e
praticamente impermeável. As células mais superficiais da epiderme são
ricas em queratina, o que
protege o animal contra a desidratação e representa uma adaptação à
vida em ambientes terrestres. A pele pode apresentar escamas (cobras),
placas (jacarés, crocodilos) ou carapaças (tartarugas, jabutis).

Escamas de cobras.
Temperatura corporal
Os répteis, assim como os peixes e os anfíbios, são animais pecilotérmicos: a temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do ambiente.
Respiração e circulação de sangue
A respiração dos répteis é pulmonar; seus pulmões são
mais desenvolvidos que os dos anfíbios, apresentando dobras internas
que aumentam a sua capacidade respiratória.
Os pulmões
fornecem aos répteis uma quantidade suficiente de gás oxigênio, o que
torna "dispensável" a respiração por meio da pele, observada nos
anfíbios. Aliás, com a grande quantidade de queratina que apresenta, a
pele torna-se praticamente impermeável, o que impossibilita a aquisição
de gás oxigênio.
O coração da maioria dos
répteis apresenta dois átrios e dois ventrículos parcialmente divididos.
Nos ventrículos ocorrem mistura de sangue oxigenado com sangue
não-oxigenado. Nos répteis crocodilianos (crocodilo, jacarés), os dois
ventrículos estão completamente separados, mas o sangue oxigenado e o
sangue não-oxigenado continuam se misturando, agora fora do coração.
Alimentação e digestão
Em sua maioria, os répteis são animais carnívoros;
algumas espécies são herbívoras e outras são onívoras. Eles possuem
sistema digestório completo. O intestino grosso termina na cloaca.

Os sentidos
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Os répteis possuem órgãos dos sentidos que lhes
permitem, por exemplo, sentir o gosto e o cheiro das coisas. Os olhos
possuem pálpebras e membrana nictitante, que auxiliam na proteção dessas
estruturas. Eles têm glândulas lacrimais, fundamentais para manter a
superfície dos olhos úmida fora da água.
Destacamos aqui uma estrutura existente entre os olhos e as narinas de cobras, chamada fosseta loreal (no detalhe). Ela possibilita que a cobra perceba a presença de outros animais vivos por meio do calor emitido pelo corpo deles.
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Classificação
Vamos conhecer as principais ordens em que se divide a classe dos répteis.
Quelônios
São as tartarugas, os jabutis e os cágados.
Têm o corpo recoberto por duas carapaças: a carapaça dorsal, na parte
superior do corpo, e o plastrão, na parte inferior. Essas duas carapaças
são soldadas uma à outra. Há aberturas apenas para a saída do pescoço,
dos membros anteriores e posteriores e da cauda.
As
tartarugas são aquáticas e podem viver em água doce ou salgada; suas
pernas têm a forma de nadadeiras, o que facilita a locomoção na água. Os
jabutis são terrestres e seus dedos são grossos. Os cágados vivem em
água doce e seus dedos são ligados por uma membrana que auxilia na
natação.
Esses animais não têm dentes. A boca apresenta um bico córneo.
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Jabuti
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Crocodilianos
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Crocodilo
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São os crocodilos e os jacarés.
Grandes répteis aquáticos, os crocodilianos têm corpo alongado e
recoberto por placas córneas. Possuem quatro membros, que são usados
para a locomoção terrestre e aquática.
O
jacaré tem a cabeça mais larga e arredondada do que a dos
crocodilianos, e, quando fecha a boca, seus dentes não aparecem. Já o
crocodilo tem a cabeça mais estreita e, mesmo com a boca fechada, alguns
dentes são visíveis.
Jacarés e crocodilos habitam regiões tropicais, geralmente às margens dos rios.
No Brasil só existem jacarés. Eles são encontrados na Amazônia e no Pantanal Mato-Grossense.
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Escamados
São os lagartos e as serpentes
(estas mais comumente chamadas de cobras). Esses animais têm a pele
recoberta por escamas e dividem-se em dois grupos menores: lacertílios e
ofídeos.
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Lacertílios - Compreendem
os lagartos, os camaleões e as lagartixas, répteis de corpo alongado,
com a cabeça curta e unida ao corpo por um pequeno pescoço. Possuem
quatro membros, sendo os anteriores mais curtos que os posteriores.
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Ofídeos -
Compreendem as serpentes ou cobras, répteis que não têm pernas. A
grande maioria desses animais possuem glândulas que fabricam veneno. Uma serpente é peçonhenta quando seus dentes são capazes de inocular veneno nos animais que ataca. Os
dentes têm um canal ou sulco que se comunica com as glândulas
produtoras de veneno. No momento da picada, o veneno escoa por esse
canal e é inoculado no corpo da presa.
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Reprodução
O sistema reprodutor dos répteis foi um importante fator de adaptação desses animais ao ambiente terrestre. Os répteis fazem a fecundação interna: o macho introduz os espermatozóides no corpo da fêmea.
A maioria é ovípara,
ou seja, a fêmea põe ovos, de onde saem os filhotes. Esses ovos têm
casca rígida e consistente como couro. Os ovos se desenvolvem em
ambiente de baixa umidade.
A
fecundação interna e os ovos com casca representam um marco na evolução
dos vertebrados, pois impediram a morte dos gametas e embriões por
desidratação. Assim, em ralação a reprodução, os répteis tornaram-se independentes da água.
A tartaruga marinha e muitos outros répteis aquáticos depositam os seus
ovos em ambiente terrestre. Eles ficam cobertos de areia e aquecidos
pelo calor do Sol.
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O
ovo é rico em vitelo - substância que nutre o embrião - e é capaz de
reter a umidade. Na casca há poros, pequenos orifícios que permitem a
entrada de oxigênio do ar e a saída de gás carbônico, ou seja, a troca
de gases. Isso ajuda a manter o embrião vivo. A maioria dos répteis não precisa cuidar dos seus ovos e filhotes. Os filhotes quando "prontos" saem da casca usando seus próprios recursos. Porém, tanto o jacaré, quanto o crocodilo têm muito cuidado com os ovos e os filhotes. A fêmea põe os ovos no ninho e fica por perto até o nascimento dos filhotes, que são carregados na boca até a água, onde ficam com a mãe. Alguns chegam a permanecer com a mãe por mais de três anos. |
Existem
também os répteis em cujos ovos, já na ocasião da postura, há filhotes
formados. Os ovos ficam retidos com o embrião em um canal no corpo da
fêmea, enquanto se desenvolvem, como ocorre em algumas cobras. Quando os
ovos saem do corpo da fêmea, os filhotes dentro deles já se encontram
formados. A casca desses ovos é bem fina, como uma membrana, permitindo a
saída dos filhotes logo após a postura. Esses animais são classificados
como ovovivíparos. Há ainda alguns répteis vivíparos, que produzem
filhotes já "prontos", sem terem se desenvolvido em ovos, como certas
espécies de lagartos.
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